sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Secretário de Saúde de Cocal acusado de fraudar licitações continua foragido

Postada em 27/10/2017 ás 11h24 - atualizada em 27/10/2017 ás 12h23
Publicada por: Bruna Dias
O Gaeco investiga esquema de superfaturamento e fraude em licitações na prefeitura da cidade.
Secretário de Saúde de Cocal acusado de fraudar licitações continua foragido
O atual secretário de Saúde e ex-membro da CPL de Cocal, Jefse Rodrigues Vinute, acusado de fraudar licitações no município, continua foragido. Além dele, dois empresários identificados como Francisco Elânio Moreira de Arruda e Lindomar Sousa Nunes, também estão sendo procurados.
 O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) investiga esquema de superfaturamento e fraude em licitações na prefeitura da cidade.
 Na última terça-feira (24), a Polícia Civil do Piauí deflagrou a 2ª fase da Operação Escamoteamento com a finalidade de dar cumprimento a 06 (seis) mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva, expedidos pelo Juiz de Direito da Comarca de Cocal.
 A 2ª Fase da Operação Escamoteamento trata-se de um desdobramento da operação ocorrida em 07 de abril de 2017 para combater crimes de fraude a licitação, crimes contra a Administração Pública, organização criminosa e lavagem de dinheiro, consumados no município de Cocal, durante os anos de 2013 a 2015.
Três pessoas foram presas nesta 2ª fase. São elas: Raimundo Nonato Ribeiro Franco Primo e John Brendan Oliveira (membros da comissão permanente de licitação da prefeitura de Cocal) e Rodolfo Rodrigo Cardoso e Silva, sobrinho do prefeito de Cocal.
 Entenda como funcionava o esquema
 Em vídeo divulgado pelo G1, a administradora Ana Carolina Portela, presa na primeira fase da Operação, explicou como funcionava o esquema. Ela denunciou que o atual prefeito de Cocal, Rubens Vieira, tinha um acordo com o empresário Carlos Kennedy Araújo, que também está preso.
 Ana Carolina esclareceu como funcionavam os contratos e o esquema para afastar empresas interessadas em participar das licitações. “Quando era obra, o Keneddy ia lá, antes mesmo de ser anunciado o edital o Vinute já mandava mensagem para o Kennedy: ‘Carlim, vai ter isso, isso e isso, vê uma empresa de tua confiança pra gente botar aqui’ (sic). Aí o Kennedy já indicava. Quando ele indicava, a empresa ia, ganhava a licitação e do total do contrato ele já pagava 1%para as outras empresas recuarem. Quando as habilitadas recuavam, a que era para ganhar, ganhava. Com 30, 60 ou 90 dias, começava a faturar”.
 Ela também detalhou como foi feita a escolha de empresas para executar obras e o serviço de limpeza pública da cidade. “Eu estava na casa do Kennedy, no começo de 2013, assim que eles perderam a eleição, e aí o dono da LJ chegou lá com outra pessoa, e o Kennedy disse: ‘olha vou precisar de vocês, porque vai aparecer muita coisa em Cocal, de obra, e eu não vou colocar a Imediato (construtora), porque ela quer serviço exclusivo para limpeza pública. E aí disseram que iam fazer o cadastro. Eles fizeram o cadastro, a partir daí até CRC, o próprio Vinute fazia, ligava para mim ou para o próprio Kennedy, para ir buscar o CRC da empresa ‘tal’ que estava pronto”.
 Na colaboração premiada, Ana Carolina disse ainda que existia um esquema para fraudar o Cadastro do Certificado de Regularização que as empresas precisam ter junto à prefeitura para participação em licitações. “Nas obras, geralmente era preciso visita técnica, era preciso que o engenheiro se deslocasse da empresa para ir até o local da obra fazer a visita e na hora eles dão um atestado de visita técnica. Esse atestado o Vinute já facilitava. O que ele fazia: ‘não vem não, eu faço o atestado e te dou’. Com a visita técnica e o CRC, o Vinute tinha o controle de quais empresas participariam”.
 Os resultados das licitações eram simulados. “Quando tinha três licitações de uma vez o Kennedy fazia praticamente um rodizio. Iam três empresas, participavam as três e ficava um rodizio, cada uma ganhava uma licitação, ou duas ganhava uma e outra ganhava outra”.
 Segundo ela, a prefeitura além de pagar mais caro, ainda pagava duas vezes por uma obra ou serviço pois recebiam o dinheiro, mas o próprio município executava os trabalhos. O prefeito Rubens é acusado de receber a maior parte do dinheiro. “Em torno de 85 a 90% ia para a mão do prefeito. Levei em mãos e entreguei na casa do Rubens”.
FONTE http://www.portalr10.com

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